limentação e meios de comunicação sempre tiveram uma relação bastante próxima. Vivemos hoje, no entanto, uma verdadeira e própria fusão entre gastronomia e plataformas digitais que tem gerado um fenômeno novo, compreensível somente com base na ideia de net-ativismo, entendido como forma de habitar típica das redes digitais, tal como concebem as pesquisas de Massimo Di Felice (2017). Um ponto de partida que parece imprescindível para apreender a descontinuidade entre o ativismo de matriz novecentista – ligado ao consumo alimentar, concretizando-se na ideia de “decrescimento feliz” (Latouche 2008) – e a formação do consumidor de hoje, que se apoia sobre novas possibilidades de produzir e compartilhar conteúdos nas plataformas digitais. Se, no primeiro caso, como se tentará mostrar, as escolhas alimentares eram usadas no contexto da luta contra o sistema do consumo, com as redes digitais, a dimensão política entendida no sentido tradicional é superada por uma lógica ecológica na qual o ato conectivo, também no âmbito gastronômico, é capaz de agir e reconfigurar todo o sistema do consumo desde o seu interior, graças à colocação dos consumidores/usuários no mesmo plano dos grandes produtores alimentares.
GASTRONOMIA E REDES DIGITAIS: DO CONSUMO CRÍTICO AO NET-ATIVISMO
Tito Vagni
2017-01-01
Abstract
limentação e meios de comunicação sempre tiveram uma relação bastante próxima. Vivemos hoje, no entanto, uma verdadeira e própria fusão entre gastronomia e plataformas digitais que tem gerado um fenômeno novo, compreensível somente com base na ideia de net-ativismo, entendido como forma de habitar típica das redes digitais, tal como concebem as pesquisas de Massimo Di Felice (2017). Um ponto de partida que parece imprescindível para apreender a descontinuidade entre o ativismo de matriz novecentista – ligado ao consumo alimentar, concretizando-se na ideia de “decrescimento feliz” (Latouche 2008) – e a formação do consumidor de hoje, que se apoia sobre novas possibilidades de produzir e compartilhar conteúdos nas plataformas digitais. Se, no primeiro caso, como se tentará mostrar, as escolhas alimentares eram usadas no contexto da luta contra o sistema do consumo, com as redes digitais, a dimensão política entendida no sentido tradicional é superada por uma lógica ecológica na qual o ato conectivo, também no âmbito gastronômico, é capaz de agir e reconfigurar todo o sistema do consumo desde o seu interior, graças à colocação dos consumidores/usuários no mesmo plano dos grandes produtores alimentares.I documenti in IRIS sono protetti da copyright e tutti i diritti sono riservati, salvo diversa indicazione.